Nascido em Porto Alegre, no dia 21 de março de 1980, Ronaldo de Assis Moreira é uma figura controversa no mundo do futebol. Ronaldinho Gaúchoteve infância intimamente ligada ao esporte, já que o irmão Assis é ex-jogador de Grêmio e Fluminense e construiu uma carreira repleta de sucessos e polêmicas. O craque, que marcou história no Barcelona, passou também por Grêmio, Paris Saint Germain, Milan e, finalmente, o Flamengo, de onde saiu pela porta dos fundos.
Sob a sombra do irmão, que era ídolo no Grêmio, o atacante iniciou a carreira na equipe gaúcha, por volta dos oito anos de idade. Foi lá que o jogador construiu o nome nas categorias de base, quando foi convocado para os escalões menores da Seleção Brasileira, até alcançar o plantel principal do Tricolor Gaúcho, aos 17 anos.
Mesmo franzino, Ronaldinho Gaúcho, com um jogo baseado em dribles objetivos, logo foi considerado um representante do chamado “futebol-arte”. Após a chegada aos profissionais do Grêmio, a convocação para a equipe principal da Seleção Brasileira veio de forma precoce. Aos 19 anos, Ronaldinho foi chamado para a disputa da Copa América e estreou com a camisa amarela contra a Venezuela. O desempenho do jogador foi uma amostra do que estava por vir. Uma atuação de gala e um lindo gol deixaram o jogador no centro das atenções de todo o mundo.
Pela Europa
Em 2001, o interesse europeu no futebol do garoto chegou naturalmente. Após diversas especulações e a tentativa do Grêmio em manter o jogador, Ronaldinho assinou, sem o aval do clube gaúcho, um pré-contrato com o francês Paris Saint-Germain. Ronaldinho e Grêmio travaram longa disputa judicial, o que deixou o atleta fora dos gramados por seis meses. Somente no início da temporada 2001/2002, o atleta conseguiu o aval e estreou pela equipe francesa.
Mesmo com ausências nas convocações no período em que trocava o Grêmio pelo PSG, Ronaldinho foi bem nos amistosos às vésperas da Copa de 2002 e foi confirmado na lista final do técnico Luiz Felipe Scolari para a disputa do Mundial. A Copa foi o trampolim que o jogador precisava para alcançar o patamar de craque. Com um grande ataque, ao lado de Ronaldo e Rivaldo, Ronaldinho se destacou na equipe, principalmente no jogo contra a Inglaterra, quando marcou um dos gols.
Após a Copa, mais uma boa temporada na França, e o jogador decidiu que buscaria novas opções na carreira. O jogador decidiu por jogar no futebol espanhol e assinou com o Barcelona por 21 milhões de euros, em julho de 2003.
No Barcelona, Ronaldinho teve seu auge. Na temporada 2003/2004, o jogador praticamente carregou a equipe catalã à segunda posição no Campeonato Espanhol. Na temporada seguinte, com companhias de Deco e Eto’o, o meia finalmente alcançou o auge em seu futebol e conquistou o Campeonato Espanhol e a Supercopa da Espanha. O jogador levou ainda o título de melhor jogador do mundo pela primeira vez.
Em 2005/2006, o atleta brilhou ainda mais. Uma marcante atuação na vitória por 3 a 0, sobre o Real Madrid, no Santiago Bernabéu, fez os especialistas se perguntarem qual era o papel do jogador na história do esporte. Torcida e imprensa chegaram a comparar Ronaldinho às grandes estrelas de todos os tempos, como Pelé e Maradona. Na temporada, Ronaldinho ainda liderou o Barça na conquista da Liga dos Campeões de 2006, o que ajudou muito na nomeação, pelo segundo ano consecutivo, como melhor jogador do mundo.
No entanto, após a Liga dos Campeões, veio a disputa da Copa do Mundo de 2006. Assim como em 2002, a Copa foi marcante na carreira de Ronaldinho. No entanto, diferentemente de seu primeiro Mundial, a marca foi negativa. Um futebol fraco e a indisciplina representaram o declínio na carreira do atacante.
Mesmo na volta ao Barcelona, Ronaldinho nunca mais conseguiu apresentar o futebol que encantou o mundo. Após duas temporadas marcadas por lesões, jogador e diretoria do clube catalão decidiram que era necessário um novo desafio na carreira para que o bom futebol voltasse.
Em 2008, o jogador assinou com o Milan, onde encontrou dificuldades em apresentar um bom futebol. Na temporada seguinte, após a saída de Kaká para o Real Madrid, Ronaldinho cresceu de rendimento, principalmente no período pré-Copa de 2010. Porém, a ausência do nome do atacante na convocação do técnico Dunga representou nova queda no futebol do jogador, que o levou ao banco de reservas. A insatisfação na equipe italiana fez o jogador buscar novas alternativas, e um retorno ao Brasil se apresentou como uma possibilidade viável.
Uma negociação lenta, que envolvia Flamengo, Palmeiras e Grêmio, foi iniciada, e Ronaldinho acertou com o Rubro-Negro. Após uma apresentação pomposa, Ronaldinho conquistou o Campeonato Carioca de 2011. Outro grande momento do jogador no Flamengo foi a atuação na vitória por 5 a 4 contra o Santos, na Vila Belmiro.
Ainda que contestado, Ronaldinho voltou à Seleção com Mano Menezes, e a carreira do jogador parecia se estabilizar novamente. Porém, uma série de problemas disciplinares e a ausência de bons jogos fizeram a rejeição da torcida crescer. A relação entre clube e jogador, que já parecia abalada, piorou com a ausência do pagamento dos salários e culminou na liminar da 9ª Vara do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro, que liberou Ronaldinho para rescindir com o clube carioca.
Após mais esta saída pela porta dos fundos, Ronaldinho chegou ao Atlético-MG para recuperar o bom futebol. Em enquete realizada pelo GLOBOESPORTE.COM, 68% da torcida atleticana mostrou rejeição à contratação do gaúcho.
No Galo, Ronaldinho disse que quer voltar a ser o mesmo jogador de outras épocas. Para início de conversa, a época de Flamengo é para ser esquecida.
- Tenho que deixar tudo de lado. Cheguei para jogar. Tenho seis meses para jogar, sem pensar em outra coisa.
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