ITAPEMIRIM

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Quadrilha adultera e vende 120 carros


Quatro guardas municipais foram presos ontem(04) pela manhã, durante a Operação Ferrari, realizada pelo Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas e à Corrupção (Nurocc) em conjunto com o Grupo de Operações Táticas (GOT).
Os policiais civis também agiram em Atílio Vivácqua, Marataízes e Presidente Kennedy. O Objetivo foi desarticular uma quadrilha especializada em roubar e adulterar veículos. Vários mandados de busca e apreensão foram cumpridos. A polícia prendeu, no total, 12 pessoas, dentre as quais Alex Pontes Souza, Diego Cesar Teixeira, Elisiomar Rainha de Melo, Marcelo Marvilla Ventura, Marcio Rafael Rosa Matos, o Bilu, Maurício Vargas Nascimento, Maximo Luiz Santana Silva Junior, o Nuno, apenas um dos envolvidos não teve o nome revelado pela polícia.
Além deles, em Cachoeiro de Itapemirim, foram pegos os guardas municipais Renata Luparelli Macedo, Leonardo Dardengo, Tiago de Carvalho, conhecido como Tartaruga, e Marco Antônio de Castro Granfonte.

Renata, Castro e Dardengo foram cedidos, pela Prefeitura, à Polícia Civil. Os dois primeiros trabalhavam na Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri), responsável em investigar os roubos e furtos ocorridos no município. Já Dardengo atuava como agente no plantão do Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) do município.
Acusação
As investigações apontam que os guardas municipais cedidos à Delegacia Patrimonial e ao DPJ, se utilizavam do respaldo, informações e do próprio aparato policial que tinham acesso nas delegacias para “extorquir” os membros da quadrilha.
Eles faziam abordagens aos integrantes quando estavam na posse dos veículos “Pokemon” (carros alienados, com dívidas de financiamento) cobrando indevidamente valores para liberá-los sem a devida condução à delegacia, ficando apenas recolhido os veículos que eram encaminhados para o pátio conveniado ao Estado.
Golpe
O golpe do “Pokemon” consiste no comércio de carros novos ou seminovos por um valor abaixo do mercado; às vezes até um quarto do valor real (veja quadro). Segundo informações do Nurocc, a razão do baixo preço está no fato de que o veículo é adquirido por meio de um financiamento bancário dividido em parcelas que nunca são pagas, uma vez que a quadrilha os comprava em nome de laranjas. Os carros também eram vendidos para desmanches, que lucravam com a venda das peças.
“Como o financiamento não é pago, todo valor obtido se transforma em lucro para a quadrilha, de forma que o carro pode ser 'revendido' por qualquer preço”, explica o delegado Jordano Leite.

Como a quadrilha agia:
-         Alguns membros da quadrilha eram responsáveis pela obtenção dos documentos que seriam usados para aplicação da fraude na aquisição dos veículos que negociavam, como comprovante de residência, documentos de identidade ou CPF’s falsos ou de terceiros, vítimas da quadrilha;
-         De posse dos documentos falsos, outros integrantes se dirigiam aos estados do Rio de Janeiro e São Paulo para adquirir os veículos, que por vezes eram trazidos em caminhões cegonhas usados pela quadrilha para locomover os veículos fraudados em longas distâncias. A quadrilha também adquiria veículos financiados com uso de documentos fraudados em agências do Espírito Santo;
-         Em seguida, os veículos eram vendidos para inúmeras pessoas no Sul do Espírito Santo e na Grande Vitória.

-         Os veículos negociados eram de diversos modelos, desde populares com valores em torno de R$ 22 mil, que eram vendidos por R$ 6 mil, até veículos de luxo com valores de R$ 164 mil, comercializados por cerca de R$ 35 mil;

-         A quadrilha também vendia caminhonetes para empresários do ramo de rochas ornamentais, para serem usadas em serviços pesados em pedreiras, e recebiam os valores em granito;

-         Dois escritórios seriam usados pela quadrilha com a finalidade de produzir documentos fraudados para aquisição dos "Pokémon";

-      foram detectados indícios do envolvimento de proprietários de agência de veículos que facilitavam a quadrilha a obter financiamentos bancários para compra dos veículos mesmo com evidência de se tratar de uma fraude. Apenas em uma situação o dono de uma agência tenta adquirir 10 "Pokémon" para colocar em sua revenda;

-         A quadrilha disponibilizava aos seus clientes documentos fraudados que os permitiam circular com os veículos comprados, sendo que anualmente os compradores tinham que procurá-los para emissão deste novo documento;

Wanderson Amorim

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