Pai de menina sequestrada lamenta a postura do poder público diante do caso.
Foto: Reprodução/TV Gazeta
Leonildo diz que continuará morando na cidade
Ainda revoltado com o sequestro sofrido pela filha no último domingo, Leonildo Potratz conversou com a reportagem de A GAZETA. Ele disse que a filha não precisava ter passado por tudo isso, porque a família pediu ajuda ao delegado da cidade e à promotoria assim que o assédio começou. No entanto, os órgãos afirmaram que não poderiam agir naquele momento.
O senhor se julga menosprezado pelo poder público?
Eu fui tratado com desdém. Falei com o delegado, fui na promotoria e ninguém quis me ajudar. Esse tarado estava assediando a minha filha e eles disseram que não havia crime, por isso, não poderiam agir. Me explicaram que, como as mensagens eram inofensivas e não tinham teor pesado, não poderiam abrir um processo contra ele.
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Depois disso o que o senhor fez?
Eu até pensei em insistir e voltar a procurar a delegacia, mas achei que seria bobagem. Acabei desistindo de tudo e voltei para casa, sem entender por que não queriam me ajudar. Afinal, a minha filha estava sendo assediada por um homem mais velho.
Como o Reinaldo conseguiu o telefone de vocês?
Ele mandou um taxista levar uma cesta de Natal e um presente para a minha filha, que pegou o número de telefone para contato com a minha esposa. Acho que o taxista deve ter passado o número para aquele monstro, que começou a assediar a minha filha.
Acha que os dois agiram de forma combinada?
Não tenho como afirmar uma coisa dessas. A única explicação que tenho para isso agora é essa. Mas tudo não passa de desconfiança. Espero que estejamos errados, porque seria muito duro se a suspeita se confirmasse.
A família pensa em se mudar da cidade?
Nunca pensamos nisso. E nem teríamos para onde ir. Se alguém tem que ir embora é esse louco.
Vocês chegaram a ter algum contato com a família do Reinaldo?
Não e nem quero! Nada contra eles, que nem conheço, mas prefiro assim. É melhor que cada um cuide de seus problemas.
E como está a filha do senhor agora?
Está bem. Foram feitos todos os exames e, graças a Deus, nada foi constatado. Esse monstro não teve tempo de encostar nela. Apesar de mais tranquila, ela não fala muito sobre o que aconteceu. Nem mesmo com a família.
E a mãe já soube do sequestro?
Sim. Ela já soube de tudo, mas apenas depois que nossa filha foi encontrada e já estava bem. Queríamos poupá-la, porque o estado de saúde dela ainda inspira cuidados.
E como ela está se recuperando?
Como disse, o estado dela ainda inspira cuidados, mas ela já está bem melhor e, de acordo com os médicos, não corre risco de morte. Está consciente e se alimentando um pouco. Não sente dor.
A filha já esteve com a mãe depois do que aconteceu?
Ainda não. Como a saúde da minha mulher ainda está muito prejudicada, estamos aguardando ela melhorar. Espero que isso aconteça ainda esta semana. Mas não sei se o hospital vai permitir a entrada da minha filha, porque ela é menor de idade.
Menina receberá atendimento psicológico
Na casa de parentes, na Grande Vitória, a menina de 12 anos que foi raptada recebe a partir desta quarta-feira acompanhamento psicológico em um hospital. Ela só deve voltar às aulas – que começam, oficialmente, na próxima semana – depois que receber o atendimento.
O agricultor Leonildo Potratz, pai da garota, disse que a família vai se reunir com a diretora e professores da escola onde ela estuda para pedir que os alunos sejam orientados a evitar tocar no assunto com a estudante. A menina, segundo o pai, sonha em ser professora de Matemática.
“Ela chegou muito assustada, e estamos fazendo o possível para ajudar neste momento complicado. Minha filha é psicóloga e já trabalhou com vítimas da violência. Ela deu o primeiro apoio, conversando bastante com ela. Amanhã (hoje), ela tem o primeiro encontro com a psicóloga de um hospital aqui na Grande Vitória”, revelou o tio, que deve receber a garota em casa, pelo menos, pelos próximos 15 dias.
Fonte: A Gazeta
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