Representantes da Santa Casa de Misericórdia e do Hospital Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim (Heci) estiveram ontem (07) à tarde na Câmara Municipal para mostrar a realidade financeira das instituições, que hoje possuem um déficit na receita.
Somando as perdas, ambos os hospitais têm que suprir o montante de aproximadamente R$ 800 mil por mês para pagar consultas de emergência, procedimentos e internações na UTI.
A Santa Casa possui déficit acumulado de R$ 1,2 milhão. E o Heci tem déficit superior a R$ 4 milhões, de serviços não pagos pelo Governo Federal.
No Heci, as contas fecham no vermelho há aproximadamente 18 meses, de acordo com o superintendente do hospital, Wagner Medeiros.
“O Governo Federal deixa de repassar por mês quase R$ 500 mil, isso devido aos valores do SUS que são muito baixos. O Governo paga R$ 2,04 por consulta no pronto-socorro e R$ 10,00 por uma consulta de um especialista, que custa R$ 40,00. Uma diária de UTI é R$ 1,2 mil, mas recebemos R$ 600. Nós não temos como suprir esse dinheiro, então hoje estamos plenamente com dificuldades e, se não houver uma solução política, vamos ter no futuro uma crise muito grande no segmento da saúde. Enquanto isso, vamos perdendo crédito, equipamentos são sucateados e deixamos de fazer obras”, relata.
A Santa Casa recentemente recebeu investimentos do Governo do Estado, mas mesmo assim os médicos realizaram uma paralisação para pleitear melhores condições de trabalho.
“O Governo foi sensível com a nossa necessidade e já nos atendeu em parte, mas eu acredito que isso vai ficar para a próxima contratualização, que acontece até o final do ano”, diz a superintendente da instituição, Nercedes Canal.
O superintendente do Heci, Wagner Medeiros, afirma, porém, que o secretário estadual de Saúde já disse que o Governo do Estado não tem recursos para quitar o débito com os hospitais. Além disso, a proposta oficial é que a renovação dos contratos que irão vigorar até julho de 2013 seja feita com os mesmos valores atuais, sem reajuste.
“Isso vai acabar com nossos hospitais, vamos ter até que suspender serviços. A região sul está ficando em segundo plano quando o assunto é saúde, parece que nos consideram cidadãos de segunda categoria”, protesta Medeiros.
Após tomar conhecimento dos números que comprovam a dificuldade dos hospitais, os vereadores anunciaram uma mobilização para ir até o governador Renato Casagrande (PSB) para tentar resolver a situação, conforme explica Gildo Abreu (PT).
“Há uma preocupação nossa enquanto vereador, de que os hospitais fechem as portas, porque quem opera o sistema com esse montante de déficit mensal não pode permanecer de portas abertas. Os vereadores devem se unir aos hospitais e ir ao Governo do Estado buscar uma solução para esse problema”, avalia.
Geizy Gomes
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