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quinta-feira, 26 de abril de 2012

Vereador de Anchieta, Marquinhos Assad diz que deve pedir CPI e Dalva concorda ter de investigar Anchieta

O vereador de petebista de Anchieta Marcos Assad não descarta a possibilidade de propor uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Prefeitura de Anchieta, diante da possibilidade do município estar envolvido em supostos desvios de recursos.
Segundo Assad, pelo menos oito ou nove empresas que atuam em Anchieta estão diretamente ligadas ao esquema de corrupção em Presidente Kennedy. Se Marcos propuser a CPI, a presidente da Câmara Dalva da Matta (PDT) deve assinar a solicitação, pois para ela é preciso investigar para saber se há fundamento na denúncia do Ministério Público do Estado do Espírito Santo, onde o procurador Fernando Zardini cita o município de Anchieta entre os 15 que passarão por uma análise rigorosa.

Como se pode constatar na denúncia do ilustre procurador do MP, além do município de Presidente Kennedy, a MATRIX, - Sistemas e Tecnologia Ltda-ME, uma das empresas envolvidas no esquema de Kennedy e que presta serviços em Anchieta, mantém negócios escusos (ramificações), através do mesmo modo, junto em vários outros executivos municipais, dentro e fora do Estado do Espírito Santo (Estado de Goiás). Apurou o delegado da Polícia Federal (PF), Álvaro Fajardo que o empresário Jurandy Nogueira Junior, “manteve contato com autoridades de diversos municípios capixabas, dentre os quais destacamos Marataízes, Guarapari e Vitória, além de Anchieta onde firmou contrato nos mesmos moldes do celebrado com o município de Presidente Kennedy”, destacou o promotor. 

A investigação revelou que seu sócio, Jurandy Nogueira Junior, movimentou um grandioso esquema para que a MATRIX saísse vencedora do contrato nº141/2011, firmado com o município de Anchieta/ES. O referido contrato tinha como objeto a prestação de serviço de software educativo e lousa digital. Valor do contrato: R$ 1.260.000,00 (um milhão, duzentos e sessenta mil reais).

Em Anchieta o vereador Marcos Assad está estudando a denúncia do MP e a decisão e tomada na operação Le Oswald e pretende já na próxima sessão solicitar uma CPI para investigar os contratos na Prefeitura de Anchieta, uma vez que há resquícios de superfaturamento e beneficiamento de empresas nas licitações. “Se honesto é uma obrigação do político se a administração de Anchieta estiver ilesa, fez o papel dela, fez o certo, aplicar bem o dinheiro público, senão, temos de tomar as medidas cabíveis, se o dinheiro foi desviado ilegalmente terá de voltar para os cofres públicos. Eu acho que uma CPI é a segurança para o Poder Legislativo e até para o poder público, se tiver ileso, porque a CPI vai apurar quem está envolvido realmente”, adiantou Marcos.

Se os vereadores vão votar pela abertura de uma CPI, Assad não sabe, mas acredita que a Câmara vai chegar a um ponto que terá de fazer isso. “A função dela é fiscalizar o poder público. O povo elegeu o vereador para isso! Se a Câmara de Anchieta for omissa como se portou a Mesa Diretora de Kennedy, eu, por exemplo, estou fora dessa omissão, eu quero dar resultado ao povo. Meu mandato é do povo, eu não vou me omitir em situação nenhuma, quero que tenha transparência em todas as situações”, ressaltou. 

Marquinhos está vendo o nome de Anchieta envolvida na denúncia com muita tristeza, pois para ele é o dinheiro público necessário para obras sociais sendo desviado. “Mas eu estou atento, como vereador de Anchieta e do ES, estou com a decisão do desembargador Feu Rosa em minhas mãos e também com a denúncia do Ministério Público, estou analisando isso tudo com muita cautela, muita coerência e muito profissionalismo para ver que caminhos devemos tomar como vereador daqui pra frente, comentou.

Rapidamente, lendo a denúncia que envolve Presidente Kennedy e cita o município de Anchieta, Marcos disse que viu algum envolvimento em empresas que tenha uma fila de favorecimento em licitação. “Isso nos preocupa. Obras que poderiam ser feitas com preço muito menor, estão saindo superfaturada em virtude de favorecimento em licitações. Estou atento a esse fator também. Vamos nos aprofundar mais para poder tomar uma decisão coerente”, avisou.

Para o vereador, o Poder Legislativo tem de ser independente, foi feito para fazer boas leis, e fiscalizar o Executivo e foi exatamente o que o vereador Tércio de Kennedy, exerceu com coerência o seu papel de vereador, denunciou o esquema. “Lá em Presidente Kennedy as ações estavam muito abertas, as coisas ultrapassaram o limite da paciência do ser humano. Em outros municípios as coisas estão acoitadas. Estamos verificando qual a situação de Anchieta nesse contexto”, comunicou. 

De acordo com o vereador, ele tem todos os editais publicados pela Prefeitura de Anchieta, “tenho visto que muitas das empresas que estão atuando em Anchieta são as mesmas que atuam em Kennedy. Nós fizemos várias denúncias aqui nesta casa de leis. Estou surpreso com o nome do município diretamente citado na denúncia de Zardini porque o nosso foco no momento era a saúde, inclusive protocolei um dossiê de mais de 300 páginas com relação à saúde do município. Fizemos um questionamento ao poder público há quase um ano e hoje eu entrei no site do Ministério da Saúde, conferi o quinés e continua a mesma situação”, continuou.

A próxima sessão da Câmara de Anchieta está prevista para ocorrer no dia 08/05 uma vez que terça-feira dia 01 é feriado, enquanto isso marquinhos analisa página por página das mais de 200 da denúncia do MP em relação a Kennedy e a decisão do Tribunal de Justiça do Espírito Santo.

Dalva da Matta disse que não vais ver omissa 

Enquanto Legisladora a presidente da Câmara, Dalva da Matta disse que é preciso fazer o papel dela. “Nosso papel tem que ser legislar e averiguar os fatos, fazer com que eles apareçam. Nós fomos eleitos pelo povo para que déssemos respostas. O que aconteceu em Kennedy com prisões e apreensões de documentos. É preciso que tudo seja averiguado da forma mais transparente possível e aqui, parece que houve apreensões de documentos, eu penso que os fatos devem ser colocados a tona, apurados para que possamos tomar uma providência”, disse.

Dalva assegura que não será omissa e se tiver que pedir uma CPI irá pedir. “Com certeza, se estiver fatos que dêem sustentação estaremos abrindo sim uma CPI. Sendo que para abrir uma CPI precisamos de um quorum de seis vereadores. Seja qualquer vereador que indique para abrir uma CPI tem que primeiro ter seis vereadores favoráveis ao ato”, informou.
Dalva observou a denúncia do MP também e adiantou que esteve com o vereador Marcos onde ele apontou todos os indícios de que há alguma coisa referente a Anchieta, mas não conhecia. “A partir de agora vamos nos reunir para ver que caminhos devemos seguir na Câmara. Não somos policia nem detetive, mas temos de apurar os fatos”, finalizou.
http://www.marataizes.com.br/noticias/news.php?codnot=285700

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