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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Prefeito eleito acusado de ligação com o tráfico


De acordo com denúncia do Ministério Público Eleitoral acolhida nesta terça-feira (18) liminarmente pela Justiça, um aliado dele teria pedido ajuda financeira de Ismael Falcão, considerado o maior traficante capixaba da atualidade, para ajudar na campanha. O preço: R$ 3 mil.

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Gilson Daniel (PV), prefeito eleito em Viana - Editoria: Política - Foto: Divulgação
Uma ligação telefônica interceptada pela polícia, a dois dias das eleições, pode custar a posse de Gilson Daniel (PV), prefeito eleito de Viana. De acordo com denúncia do Ministério Público Eleitoral acolhida nesta terça-feira (18) liminarmente pela Justiça, um aliado dele teria pedido ajuda financeira de Ismael Falcão, considerado o maior traficante capixaba da atualidade, para ajudar na campanha. O preço: R$ 3 mil.

O prefeito eleito nega qualquer irregularidade. "Minhas contas de campanha foram todas aprovadas. Não tínhamos dinheiro para nada, como íamos comprar voto?", disse Gilson, que vai recorrer da decisão judicial. 

Conforme consta na denúncia assinada pelo promotor Zenaldo Baptista de Sousa, nos três dias anteriores ao pleito Gilson teria telefonado para Elildes Falcão, o Maninho, primo de Ismael, "não deixando dúvida que tenha feito contato com objetivo de solicitar ajuda financeira para a campanha".

No dia 5 de outubro, Maninho, que teria se comprometido a doar R$ 3 mil para o então candidato, telefonou para o primo traficante pedindo ajuda. 

"Vocês podiam me ajudar que depois nós vamos ser ajudado (sic)", disse Maninho. Ismael respondeu: "De qualquer forma a gente pode ajudar". E, em seguida, teria prometido "oitocentos real (sic)" para a campanha.

Investigação

A investigação começou depois que a Vara de Inquéritos Criminais de Vitória remeteu ao Ministério Público trechos de escutas feitas em uma operação de combate ao tráfico. Segundo o promotor, Gilson e seu vice, Faustão (PDT), usariam o dinheiro para "efetuar compra de votos". 

A mercearia de Faustão, no bairro Bom Pastor, seria o local usado para viabilizar a fraude. "Este promotor esteve no local juntamente com policiais, quando constatou o grande aglomerado de pessoas, todas com camisas contendo as iniciais PV e o número 43", relatou Sousa na denúncia. 

Ontem, a juíza Maria Aparecida Gomes decidiu, em caráter liminar, suspender a diplomação de Gilson. "Foram acolhidos elementos que reforçaram a convicção de que os candidatos estariam fazendo uso do poder econômico para efetuar a compra de votos, causando influência no resultado do pleito", asseverou a magistrada.

Caso a decisão não seja cassada pelo Tribunal Regional Eleitoral até as 14 horas de hoje, horário da diplomação, Gilson não poderá assumir a prefeitura dia 1º de janeiro. Neste caso, o vereador que for eleito presidente da Câmara assumirá o Executivo. Não está descartada a possibilidade de nova eleição em Viana, caso Gilson não reverta a decisão.

Defesa

Gilson Daniel nega a compra de votos, mas confirmou que recebeu ligações de Maninho. "Ele me ligou para oferecer marmitex, não o conheço pessoalmente e não aceitei. O pai dele tem um restaurante, e ele ligou como um eleitor qualquer, nada de ilícito", frisou. 

Fonte: A Gazeta

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