Conheça mulheres que são destaque na área policial, na obtenção de provas em locais de crimes.
Foto: Fábio Vicentini
As novas peritas da Polícia Civil capixaba Raíssa Marinho, 26 anos, Bianca Merlo, 30 anos, Laila Marques, 26 anos, Caline Destefani, 29 anos e Mariana Hemerly, 25 anos
A vaidade está estampada nas roupas, maquiagem e cabelos bem cuidados. No entanto, o fato de integrar a equipe de perícia criminal da Polícia Civil é o principal título para a vida profissional de cinco belas mulheres: Raíssa, Bianca, Laila, Caline e Mariana.
Para elas, o fato de ser mulher nada interfere na atividade profissional desse grupo. A perspicácia feminina durante a atividade pericial é o grande trunfo das jovens policiais. “A mulher é mais detalhista, tem o olho treinado para encontrar provas, está mais atenta”, garantiu a farmacêutica e mestre em doenças infecciosas, Bianca Merlo, 30 anos.
Ela atua em um dos laboratórios de química legal, ao lado da mestre em Química Raíssa Marinho, 26; e da mestranda em Química Forense Caline Destefani, 29 - as duas também são formadas em Farmácia e, no caso da Raíssa, ela também cursou Química.
“Nosso trabalho tem impacto direto no inquérito policial. Trabalhamos com a materialidade do crime, com as provas. Aqui vemos a ciência ser aplicada na atividade policial”, definiu Raíssa Marinho.
Locais
Das cinco peritas, duas delas têm a atribuição de se deslocar para os locais de crime e, na atividade externa, a missão de colher elementos que leve à equipe de investigação à autoria daquele delito.
Munidas com uma maleta recheada com equipamentos auxiliares e pistolas no coldre a farmacêutica e bioquímica Mariana Hemerly e 25, e a farmacêutica especialista em toxicologia Laila Marques, 26 se deslocam para mais um caso.
“O trabalho da perícia criminal é desafiador. Não há rotina. Todas nós entramos nessa área por afinidade”, frisou Mariana.
Beleza chama atenção, mas existe o respeito
Ao chegarem nos locais de crimes, a figura feminina pode até causar uma certa surpresa entre os populares e até mesmo entre os colegas da Polícia Civil. No entanto, Laila Marques garante, que, rapidamente, a postura profissional impõe respeito.
“Não tem como dizer que as pessoas não nos olham. Muitos acham até estranho, difícil de acreditar. Mas nunca fomos desrespeitadas, mantemos uma postura, o que é fundamental. Tomamos cuidado com tudo, até com a forma que abordamos as pessoas”, explicou a perita.
As unhas estão sempre em dia. As roupas, alinhadas ao corpo, facilitam a fixação do coldre e das pistolas junto à perna. Mas, de acordo com Laila, existem acessórios que tornam inviável a realização do trabalho.
“Salto alto jamais! Assim que o Ciodes (Centro Integrado Operacional de Defesa Social) nos convoca temos que ir. Mas não sabemos o que vamos encontrar no local do crime. Lama com salto alto definitivamente não combina. Temos que nos vestir de maneira adequada”, destaca.
Estado abre concurso em 2013
As cinco peritas criminais fazem parte de uma turma com outros 22 profissionais, que receberam formação específica para atuar na área. Para 2013 a polícia já prepara novo concurso público, que irá oferecer 30 oportunidades para os candidatos interessados. Também serão abertas vagas para delegados e escrivães.
O diretor da Academia de Polícia a Polícia Civil (Acadepol), o delegado Heli Schimittel, explicou que a abertura dessas novas vagas faz parte da projeto de reestruturação da PC, traçado pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).
“Os investimentos não estão sendo feitos somente em novos servidores, mas, também, na compra de equipamentos que auxiliem no trabalho policial. Estamos adquirindo um equipamento que reproduz o local de crime em 3D. O perito vai ao local, colhe os vestígios, os detalhes, e, com o auxílio do equipamento, o perito vai conseguir projetar a cena no laboratório”, explicou.
Schimittel destacou que, para acompanhar os investimentos tecnológicos a carga horária do curso de formação dobrou.
“Hoje, o curso de preparação na Academia de Polícia é de 600 horas/aula, o que corresponde a 4 meses de formação. As aulas são divididas em dois núcleos: o comum a todos os policiais - que envolve noções de Direito, defesa pessoal, aulas de tiro -; e o específico, que, no caso dos peritos criminais, recebem treinamento de trabalho no local de crime e de diversos tipos de perícia”, finalizou.
Passeata cobra aumento salarial
Nesta terça-feira (04) é comemorado o Dia do Perito Criminal. Uma passeata dos policiais saiu da Chefatura de Polícia, na Reta da Penha, e foi até o Palácio Anchieta. A categoria reivindica aumento salarial e o desmembramento da Perícia Técnico-Científica da Polícia Civil, como acontece em 16 estados.
“Os peritos do Estado recebem o pior salário do país. Uma contradição já que o ocupamos as primeiras colocações no ranking da criminalidade. O Laboratório de Química emite 10 mil laudos por ano. São 5 mil atendimentos em locais de crimes por ano”, revela o presidente da Associação de Peritos Criminais da Polícia Civil do Estado, Clertes Helena Alves Bayer.
Outro lado
Segundo a Secretaria de Segurança, a Polícia Técnico-Científica capixaba está entre as cinco mais bem equipadas do País. Os investimentos para a melhoria do trabalho dos profissionais que atuam na SPTC giram em torno de R$ 18 milhões. De acordo com a Sesp, as reivindicações da categoria de peritos são atendidas na medida do possível e o diálogo está aberto com a entidade que os representa.
10 mil
É o número de laudos que o Laboratório de Química Legal da Perícia Técnico-Científica da Polícia Civil emite, por ano, segundo informou a entidade de classe.
Serviço:
Laudos
Toxicológico: 6 mil por ano
Locais de crimes: 5 mil por ano
Exame balístico: 4,5 mil por ano
DNA: 300 por ano
Documentos: 500 por ano
Fonte: Associação dos Peritos Criminais do Espírito Santo
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