ITAPEMIRIM

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Lixo vira problema grave em Cachoeiro


Uma cena chamou a atenção de quem passou pela Rua Bernardo Horta, no bairro Guandú, no início desta semana. Urubus faziam dos sacos de lixo, nos fundos de um restaurante, um verdadeiro banquete.
O caso traz à tona um grave problema de saúde pública – a limpeza urbana em Cachoeiro de Itapemirim. A falta de conscientização da população e de lixeiras no Centro da cidade faz com que o lixo se torne parte da paisagem da cidade.
Papéis de embalagens, guimbas de cigarro e sacolas plásticas são vistos com frequência pela cidade, principalmente na região central, onde é grande o movimento de pessoas que circulam pelo comércio. Apesar de a Prefeitura alegar que realiza varredura e coleta diária, o problema parece sem solução. A falta de lixeiras agrava o cenário.
Na segunda-feira, vários urubus foram atraídos pela comida dos sacos de lixo atrás de um restaurante, na Avenida Beira Rio, que tem como fundos a Rua Bernardo Horta. Os moradores do entorno dizem que o material é depositado na calçada com frequência, o que também tem atraído cães, que rasgam as sacolas e espalham restos de comida.
O correto acondicionamento do lixo é um dos itens avaliados no estrelamento dos restaurantes realizado pela Vigilância Sanitária, mas, apesar do desleixo cotidiano no estabelecimento, ele recebeu pontuação máxima no ranking anual elaborado pelo departamento.
De acordo com Leonardo Mendes, auxiliar administrativo do restaurante, a gerência tem ciência do problema. Porém, ele alega que a Vigilância Sanitária teria orientado a equipe a evitar que o lixo permaneça no interior do estabelecimento após seu fechamento e nem seja colocado fora do horário de recolhimento.
“Sabemos do problema e estamos tentando minimizar com a lavagem da calçada. Além disso, também estamos providenciando uma caçamba para depósito do lixo”, diz o funcionário.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que as orientações sobre os horários e a forma de embalar o lixo são repassadas pela equipe de fiscalização diariamente e, especialmente, durante as visitas para a classificação dos estabelecimentos.
A população pode contribuir denunciando as irregularidades. As reclamações e sugestões devem ser feitas à Ouvidoria Municipal, pelo telefone 156.
A partir de irregularidades constatadas na fiscalização de rotina ou em denúncias, os comerciantes da área são notificados a observar e respeitar esses horários. “Em caso de descumprimento da notificação, o responsável é autuado. Junto com a notificação, a Vigilância Sanitária encaminha os horários da coleta do lixo por parte da CTRVV (concessionária do serviço)”, diz a nota.
A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos reforça que o recolhimento do lixo em bares e restaurantes ocorre das 22h00 às 2h00, e a varrição, das 7h00 às 15h00 e das 16h00 às 22h00.
Legislação não é cumprida

No ano passado, a Câmara de Cachoeiro votou e aprovou o projeto de lei que proíbe jogar lixo em vias públicas no município. De autoria do presidente da Casa, Júlio Ferrari (PV), o texto prevê que o indivíduo que for flagrado jogando lixo na rua será advertido verbalmente. Se o ato acontecer novamente, haverá multa no valor de R$ 57,85 e, no caso de reincidência, esse valor será duplicado.
Segundo Ferrari, a lei foi sancionada recentemente. Apesar disso, o vereador acredita que a mudança na cidade somente deve acontecer com a conscientização das pessoas. O texto prevê ainda a instalação de lixeiras para o descarte do lixo.
“Novas lixeiras foram instaladas, mas muitas foram destruídas por vândalos. Elas devem ser repostas”, afirma.
Empresária resolve agir
Cansada de ver os sacos serem espalhados pelos animais, a empresária Fátima Monteiro providenciou um latão para que o lixo não fique exposto na calçada, próximo a sua loja, vizinha ao restaurante, na Rua Bernardo Horta.
“Não culpo o dono do restaurante pelo problema. O que falta são lixeiras, sistemas de drenagem, ralos. Além disso, falta conscientização da população, que joga lixo nas ruas da cidade. O lixo é um problema não só do prefeito, mas de todas as pessoas”, sintetiza a empresária.
Beatriz Caliman

Nenhum comentário: