Novo advogado pediu o adiamento com a alegação de que precisa se inteirar do processo, composto por quase 15 mil páginas.
A juíza Marixa Fabiane Lopes definiu em 4 de março de 2013 a data para o novo julgamento do goleiro Bruno Fernandes, acusado de matar sua ex-amante Eliza Samudio, de 24 anos. Ele começou a ser julgado na segunda-feira (19).
Após uma série de manobras da defesa, que conseguiu desmembrar o processo, houve nesta quarta-feira a decisão de adiamento do júri popular. Em março, além do goleiro, vão ser incluídos no julgamento o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, Wemerson Marques de Souza, conhecido como Coxinha, Elenílson Vítor da Silva e a ex-mulher do jogador, Dayanne Rodrigues do Carmo.
Depois de determinar o desmembramento, Marixa havia marcado para janeiro o novo julgamento. Resolveu, porém, mudar a data por causa da “dificuldade” de reunir quantidade suficiente de jurados para o sorteio do conselho de sentença entre o período das férias de início de ano e o carnaval.
A magistrada informou que já houve dificuldade para formar o júri atual reunido no Tribunal de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, e que foram necessários os sorteios de 70 nomes. Nomeado como novo advogado do goleiro, Lúcio Adolfo da Silva pediu prazo para analisar o processo, de quase 15 mil páginas.
Na terça-feira (20), Bruno dispensou o principal responsável por sua defesa, Rui Caldas Pimenta, ato que outro advogado do goleiro, Francisco Simim, admitiu ser uma manobra porque a “vontade” do jogador era “desmembrar” o processo. Na segunda-feira (19) os advogados de Bola, liderados por Ércio Quaresma, abandonaram o plenário após uma discussão com a juíza sobre o tempo para apresentação de questões preliminares. No dia seguinte foi a vez de Dayanne ser excluída do atual julgamento porque era defendida apenas por Francisco Simim.
Como a lei prevê que réus presos têm prioridade em ser julgados, Marixa autorizou que o processo relativo à acusada fosse realizado em outra data. Com isso, restaram no Tribunal do Júri de Contagem atualmente apenas o braço direito de Bruno, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e outra ex-namorada do goleiro, Fernanda Gomes de Castro. O primeiro é acusado, assim como o amigo, de sequestro, cárcere privado, assassinato e ocultação de cadáver de Eliza. Fernanda responde pelo sequestro e cárcere privado de Eliza e do bebê que a vítima teve com o jogador.
Mãe de Eliza diz que 'não perdoaria' o goleiro Bruno
A mãe de Eliza Samudio, Sônia Fátima de Moura, afirmou não ser capaz de perdoar o goleiro Bruno Fernandes, ex-amante de sua filha e acusado de matá-la. Ela foi ouvida nesta quarta-feira (21) no Tribunal do Júri de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, onde são julgados acusados de envolvimento no crime.
Inicialmente, Sônia afirmou que “não guarda ressentimentos no coração”, mas, ao fim do interrogatório, quando questionada sobre a possibilidade de perdoar Bruno, que será julgado em março de 2013 pelo assassinato da filha, ela foi categórica ao salientar que “não perdoaria” o goleiro.
Sônia revelou também que Bruno e sua família nunca deram auxílio para a criança que o goleiro teve com Eliza e que hoje se encontra sob a guarda da avó. A recusa em reconhecer a paternidade da criança - que só ocorreu em agosto passado, por decisão da Justiça - foi o que teria levado Bruno, segundo a Polícia Civil e o Ministério Público Estadual (MPE) de Minas Gerais, a matar Eliza.
Em seu depoimento, Sônia revelou também que Eliza já havia saído de casa e ficado sem manter contato com a mãe, mas estava “sempre presente nas redes sociais”, o que era noticiado por amigas da filha. “Ela queria ter filho e mataria e morreria por ele”, salientou Sônia, observando ainda que a filha “jamais o deixaria para trás”. E contou também que não sabia como Eliza se sustentava, pois ela dizia apenas que “trabalhava com eventos”.
Fonte: Agência Estado
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